Os pais de Marie abriram um processo por “incitação ao suicídio”, “propaganda sobre meios de se suicidar” e “não atendimento a pessoa em perigo”. Uma investigação por assédio escolar foi aberta logo após a morte da adolescente. A Procuradoria informou que a denúncia dos pais de Marie merece uma análise aprofundada.
Um caso semelhante ocorreu no Reino Unido após o suicídio, em 2017, após o suicídio de uma adolescente de 14 anos. Os pais da jovem afirmavam que os conteúdos consultados pela filha nas redes sociais teriam contribuído para a morte da garota. Em 2022, justiça britânica reconheceu a influência dos algoritmos no ato da menina.
Um dos princípios das redes sociais é manter o usuário conectado em sua plataforma. Para isso, um dos métodos é propor conteúdos que agradem o internauta, baseados em dados colhidos durante sua utilização e compilados pelo sistema de algoritmos. No caso do TikTok, o formato de vídeos curtos amplifica esse mecanismo, pois em apenas alguns minutos o internauta vai assistir dezenas de conteúdo, fornecendo um volume muito maior de dados sobre suas preferências do que uma plataforma como Youtube ou Facebook.
Debate sobre assédio na França
O processo dos pais de Marie foi divulgado no mesmo momento em que outros casos de suicídio provocado por bullying são revelados pela mídia na França, relançando novamente o debate sobre o assédio nas escolas.
Nesta segunda-feira (18), o ministro da Educação, Gabriel Attal, reuniu os representantes das escolas do país para falar sobre o assunto. O objetivo do encontro foi fazer um balanço de todos os casos de bullying registrados no ano passado. O problema, que atinge um em cada dez alunos na França, foi apontado como uma prioridade para o governo.