É possível fazer debate decente? Cadeirada no bom senso e tolices de gênero


A “Maria Helena com nível”, nas palavras de Tábata, já tinha apresentado a sua proposta para segurança pública. Esta:
“Eu vejo que o primeiro ponto para a gente realmente cuidar da segurança na cidade é não eleger a esquerda, que passa a mão na cabeça de bandido. Não dá, gente, para eleger aqueles que não querem que a polícia seja armada; não dá para eleger aqueles que são contra a redução da maioridade penal ou que são contra o fim da saidinha. Esse é o primeiro ponto.”

Houve um outro momento de “nível” de tal senhora. Ainda no debate, Marçal afirmou que Marina Helena teria algumas coisas contra Nunes. Instou-a, então, a dizer o que ela sabia e que estaria sendo omitido pelo “consórcio comunista” da mídia. A candidata do Novo respondeu:
“Bom, Marçal, eu vejo que você não fez uma pergunta diretamente para mim, né? Eu gostaria que, às vezes, você se dirigisse diretamente a mim porque eu vejo isso com uma certa falta de respeito. Falando de Nunes, eu mostrei já no outro debate que, na rede da Prefeitura, tinha sim um programa chamado ‘Saúde para Todes’ e vários outros problemas que a gente vê aí com linguagem neutra, inclusive mudança de gênero para crianças. Mas, se você não tem uma pergunta para mim, Marçal, eu tenho agora uma pergunta para você muito simples: eu fui a primeira a te defender quando caíram as suas redes sociais porque eu sou contra a censura de todo tipo. Nessa manifestação do 7 de Setembro, eu fiquei com uma grande dúvida: afinal de contas, Marçal, você é a favor do impeachment do Alexandre de Moraes?

E o “coach” respondeu que é. Marina voltou à carga:
“Bom, gente, vamos lá. A direita tá cansada de ser enganada, essa é a grande verdade. A gente precisa de líderes com coragem (…). Aliás, eu cheguei na hora na manifestação do 7 de Setembro. Eu discursei no caminhão de som; depois, eu fui ao do Silas [Malafaia], e a gente estava ali por um motivo único que é o fim da censura do nosso país. É importante sim que verdades sejam ditas, e uma delas é “Fora, Xandão”!

É o puro chorume do bolsonarismo, que Tábata considerou ser “de nível”. Nas suas palavras finais, a candidata do PSB insistiu no viés de gênero:
“É fato que existe um candidato que não respeita ninguém e vem tumultuando desde o primeiro debate. Mas esse candidato saiu. O Datena saiu. E, ainda assim, o nível continuou baixo. Ainda assim, os egos e os ataque prevaleceram. (…) Eu quero que você reflita comigo se esses homens, que, claramente não colocam isso [o atendimento à população] como prioridade, se eles vão ter a humidade, a seriedade para enfrentar esses problemas tão graves”.

Na sequência, demonstrando que ego é mesmo um problema masculino, emendou:
“Eu venho demonstrando que me preparei, que tenho um bom time, mas acho importante dizer também que tenho muita pressa. Eu, como deputada federal, fui autora, coautora, relatora de 19 projetos que viraram lei (…).

ENCERRO
Estou certo de que as bobagens que Marina Helena disse no debate não guardam nenhuma relação com o fato de ser mulher. Têm a ver, isto sim, com o seu reacionarismo abjeto. Afinal, na única vez em que a candidata do Novo confrontou Marçal, um homem, ela o estava acusando de não ser reacionário o bastante.



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