Fogo em Parque Nacional: Brasília fica coberta de fumaça – 16/09/2024 – Cotidiano


O incêndio de grandes proporções que começou neste domingo (15) no Parque Nacional de Brasília, conhecido também como parque da Água Mineral, cobriu a capital federal de fumaça de manhã nesta segunda-feira (16).

Moradores da Asa Norte relataram problemas para dormir na madrugada e dificuldade para respirar. Equipes dos Bombeiros e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) atuam para combater as chamas. Os trabalhos também contam com o Ibram (Instituto Brasília Ambiental), além de viaturas, aeronaves e drones.

O presidente do ICMBio, Mauro Pires, afirmou no domingo que o incêndio apresenta indícios de ser criminoso. Segundo ele, o fogo iniciou-se próximo à Granja do Torto e rapidamente se alastrou para dentro do parque por causa do clima quente e seco.

“A causa do incêndio é sem dúvida criminosa. Começou na divisa da Granja do Torto e adentrou ao parque”, disse à Folha.

O parque é uma unidade de conservação importante para a proteção dos rios que abastecem a região.

Além de seu papel ambiental, o local atrai muitos visitantes, especialmente por suas piscinas naturais, que são uma das principais atrações turísticas da área.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, sobrevoaram a área.

“Neste domingo, juntamente com a Janja, sobrevoei o Parque Nacional afetado por um incêndio de grandes proporções, como tantos que têm ocorrido por todo o país. O governo federal está atuando junto com o Corpo de Bombeiros do DF para ajudar no combate às chamas”, disse em suas redes sociais.

O presidente disse que iriam se reunir nesta segunda-feira (16) com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o núcleo de governo para discutir mais ações contra a emergência climática. O compromisso não entrou na agenda oficial.

O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou, em decisão assinada também neste domingo, o governo a abrir créditos extraordinários para o combate às queimadas na amazônia e no pantanal, realizando despesas fora do limite de gastos do arcabouço e da meta fiscal.

No texto, Dino fala em medida “sem cômputos para tetos ou metas fiscais” até o fim do ano, exclusivamente para “fazer frente à grave ‘pandemia’ de incêndios e secas na Amazônia e no Pantanal”.

Após meses de seca, boa parte do Brasil registrou chamas em agosto. No último mês, a área queimada no país foi de 56.516 km², segundo o Monitor do Fogo da plataforma MapBiomas. A intensificação da crise climática nas últimas semanas pressiona serviços básicos, como fornecimento de energia e água.

“Realço que tal providência, se adotada, ocorrerá sob o controle dos Poderes Legislativo (quanto à aprovação final do montante contido em medida provisória) e Judiciário (quanto à efetiva aplicação), observando-se rigorosamente todas as regras constitucionais de transparência e rastreabilidade, bem como as demais leis”, acrescenta.

Esse tipo de crédito fica fora do limite de gastos para atender despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

“Ao lado da necessidade de arcabouço administrativo hígido e impessoal, encontra-se a exigência primária de manutenção do meio ambiente como salvaguarda da própria vida dos administrados (atuais e futuras gerações)”, diz trecho do documento de 40 páginas.

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