PGR foi contra prender bolsonaristas por ameaças a delegados da PF


Medidas para impedir publicações seriam suficientes, disse Gonet. Para o procurador-geral, como as primeiras postagens haviam ocorrido em março, não seria necessário prender os organizadores da campanha, e medidas como a remoção dos conteúdos, proibição de novas postagens e bloqueios das contas nas redes sociais seriam suficientes.

Foi no âmbito dessa investigação que o STF acabou determinando a suspensão do X. Como revelou o UOL, foi a partir de uma campanha de difamação e ataques, que contou até com ameaças, devassa de informações pessoais e proposta de propina a uma delegada, que o ministro Moraes determinou a remoção de contas, quebra de sigilo e identificação de pessoas que acessaram perfis e canais no Instagram, Facebook, YouTube e X ligados aos nove investigados suspeitos de promoverem a campanha de ataques aos delegados da PF.

Somente o X não cumpriu as ordens de Moraes. Por isso, a plataforma acabou sendo retirada do ar no Brasil.

PF pediu prisão preventiva de senador e de militantes bolsonaristas. Além de Marcos do Val, foi pedida a prisão preventiva dos blogueiros Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos, ambos foragidos da Justiça brasileira, e de um terceiro blogueiro bolsonarista chamado Ednardo Mello Raposo, que teria participado da campanha. Para a PF, o fato de a campanha permanecer na rede e de seus autores seguirem livres poderia levar os ataques aos delegados a “extrapolar o ambiente virtual”.

Desrespeito a cautelares. PF aponta no pedido que Marcos do Val desrespeitou medidas cautelares impostas a ele em maio, quando Moraes o liberou a usar as redes sociais desde que cumprisse condições, como a de não difundir fake news. A representação também aponta que Allan dos Santos já possui uma ordem de prisão contra ele e idealizou toda a campanha, colocando seu canal à disposição, inclusive oferecendo dinheiro. Já em relação aos outros investigados, incluindo do Val, a PF aponta que eles estariam incentivando menores de idade a divulgar o conteúdo criminoso, e, por isso, deveriam ser presos.

Moraes determinou duas prisões

O ministro do STF atendeu em parte aos pedidos da PF e decretou as prisões preventivas somente de Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. Também impôs medidas cautelares ao senador Marcos do Val e a outros oito investigados. As medidas consistem em bloqueio de todas suas redes sociais, proibição de fazer publicações, direta ou indiretamente em qualquer rede social, além do recolhimento de passaportes. Ele também autorizou buscas nos endereços dos investigados dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas e no Distrito Federal. A operação, chamada Disque 100, foi deflagrada pela PF em 14 de agosto.



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