Yu Peng: uma nova jornada de reformas para a China – 19/09/2024 – Mundo


Em meados de julho, a Terceira Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China foi realizada em Pequim. Seu tema foi: “Aprofundar de maneira ainda mais abrangente as reformas e promover a modernização chinesa.” A reunião apresentou mais de 300 tarefas, que serão concluídas até 2029. O encontro foi muito importante, pois pautou um aprofundamento abrangente das reformas e do desenvolvimento da China para os próximos anos.

Desde 1978, quando a Terceira Sessão Plenária do 11º Comitê Central do PC chinês decidiu implementar a reforma e abertura, a economia chinesa passou por um rápido crescimento, tornando-se, atualmente, a 2ª maior do mundo. Em 2021, a China, com uma população de 1,4 bilhão, realizou seu sonho milenar de erradicar a pobreza absoluta. No ano passado, o PIB da China foi 47 vezes maior que o de 1978.

O crescimento chinês responde por mais de 30% do total mundial. No 1º semestre deste ano, a economia da China progrediu, de forma constante, com um PIB de 61,7 trilhões de yuans (R$ 47,8 trilhões) e um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior. Além disso, sua balança comercial continuou favorável, o consumo permaneceu ativo, o investimento cresceu de forma contínua, as inovações científicas e tecnológicas continuaram a se suceder, e o aprimoramento industrial deu passos sólidos.

Uma nova Terceira Sessão Plenária se concentrou na reforma e abertura, transmitindo ao mundo o forte sinal de que a China expandirá sua abertura ao exterior e de que a reunião pautou o aprofundamento abrangente das reformas. Por isso, gostaria de compartilhar com vocês alguns dos seus destaques.

Em 1º lugar, a China segue expandindo sua abertura sistêmica, aprofundando reformas institucionais e aprimorando políticas em áreas-chave de cooperação, como investimento, comércio, finanças e inovação. Serão feitos esforços para promover a convergência da estrutura institucional interna básica e o sistema de gestão com as normas econômicas e comerciais internacionalmente aceitas, para criar um ambiente transparente, estável e previsível. Ampliaremos, de forma planejada, a abertura independente, abrindo os mercados de commodities, serviços, capitais e mercado de trabalho, bem como ampliaremos unilateralmente a abertura aos demais países em desenvolvimento.

Em 2º lugar, aprofundaremos a reforma do sistema de comércio exterior. A China se tornou o maior país em comércio de bens e o segundo em comércio de serviços, além de ter-se estabelecido como um importante parceiro comercial de quase 200 países. O volume de renda representado pela classe média chinesa supera US$ 400 milhões (R$ 2,19 bilhões). Cada aumento de 1 ponto percentual em sua participação na população do país adicionará mais de US$ 150 bilhões (R$ 822 bilhões) aos gastos anuais dos consumidores. A China segue salvaguardando o sistema de comércio multilateral que tem como núcleo a OMC, acelerará a integração entre seu comércio interno e externo, responderá à tendência de digitalização e ecologização do comércio e impulsionará a construção de zonas-piloto abrangentes para o comércio eletrônico transfronteiriço.

Em 3º lugar, fomentaremos investimentos tanto estrangeiros quanto externos. A China se tornou o segundo maior país em uso de capital estrangeiro e o maior no investimento externo. Até o final de 2022, os fluxos de IED da China estavam entre os três maiores do mundo por 11 anos, e os investidores chineses criaram cerca de 47 mil empresas em 190 países e regiões, com um pagamento anual de impostos de US$ 75 bilhões (R$ 411 bilhões), empregando 2,5 milhões de trabalhadores estrangeiros. A China segue aprofundando a reforma do sistema para investimentos estrangeiros e no exterior e protegendo os interesses dos investidores estrangeiros conforme a lei.

Em 4º lugar, a China continuará a promover a Iniciativa Cinturão e Rota. Nos últimos 11 anos, desde que esta iniciativa foi lançada, a China assinou mais de 230 acordos com mais de 150 países e 30 organizações internacionais. O volume total de comércio entre os países sob a Iniciativa Cinturão e Rota e a China superou US$ 21 trilhões (R$ 115 trilhões) de 2013 a outubro de 2023, enquanto o investimento direto chinês nestes países superou US$ 270 bilhões (R$ 1,48 trilhão). A Iniciativa Cinturão e Rota se tornou um bem público e a maior plataforma de cooperação internacional. No futuro, a China segue ajudando os países em desenvolvimento a avançar em projetos importantes de referência, bem como em projetos de bem-estar.

Atualmente, o ímpeto de recuperação da economia mundial é instável, os conflitos geopolíticos se prolongam, e a tendência da antiglobalização aumenta cada vez mais. Mas o desejo da humanidade por desenvolvimento pacífico permanece inalterado; aliás, todas as economias estão interligadas, e as novas revoluções científicas e industriais apresentam oportunidades inéditas. A cultura chinesa defende que um país deve apreciar a cultura dos outros em busca da prosperidade, e a China está comprometida com a formação de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade. O desenvolvimento da China não pode estar isolado e certamente trará cada vez mais oportunidades para o mundo.

China e Brasil acabaram de celebrar o 50º aniversário das suas relações diplomáticas. Ambos são grandes países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes, bem como bons parceiros com aspirações semelhantes. O Brasil sediará a cúpula do G20, a cúpula do Brics e a COP30 [estes dois últimos em 2025]. A China está disposta a trabalhar com o Brasil, sob o planejamento estratégico dos nossos chefes de Estado, para seguir fortalecendo o acoplamento de suas estratégias de desenvolvimento, estreitando continuamente os seus laços de cooperação “ganha-ganha”, construindo uma comunidade de futuro compartilhado China-Brasil e escrevendo juntos um novo capítulo desta história de prosperidade e desenvolvimento.

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